Arquétipos de marca
A ideia que temos hoje de arquétipos foi amplamente explorada por Carl Gustav Jung, o fundador da Psicologia Analítica. Segundo Jung, arquétipos são imagens primordiais que habitam o inconsciente coletivo das pessoas. Eles funcionam como estruturas, símbolos e formas universais que moldam nossas percepções e comportamentos.
Por exemplo, quando pensamos em uma cadeira, uma imagem arquetípica da cadeira surge em nossa mente. Da mesma forma, ao pensar em um cachorro, associamos rapidamente a ideia de “o melhor amigo do homem”, entre outros conceitos. Esses são exemplos de como os arquétipos influenciam a maneira como percebemos o mundo.
Mais do que simples imagens, arquétipos também representam padrões de comportamento que transcendem épocas e culturas. A figura da mãe, do pai, do líder, do sábio ou do professor é universalmente reconhecida em todas as sociedades.
Arquétipos Aplicados a Marcas
O conceito de arquétipos no universo das marcas foi desenvolvido por Margaret Mark e Carol Pearson. Elas realizaram um estudo abrangente ao longo de mais de 20 anos sobre a influência dos arquétipos em grandes marcas, cujos resultados estão no livro “O Herói e o Fora-da-Lei”.
Neste estudo, os arquétipos foram classificados em quatro grandes grupos:
Estabilidade e Controle
Maestria e Risco
Independência e Realização
Pertença ao Grupo
Dentro desses grupos, surgem 12 arquétipos que personificam diferentes identidades. Vamos conhecer cada um deles:
Os 12 Arquétipos de Marca
Cuidador
Propósito: Fazer as pessoas se sentirem seguras.
Voz: Gentil, acolhedora e carinhosa.
Exemplos: Dove, Johnson & Johnson.
Figura Arquetípica: Mães, médicos e enfermeiros.
Criador
Propósito: Transformar ideias em realidade.
Voz: Expressiva, criativa e poética.
Exemplos: Apple, Instagram.
Figura Arquetípica: Artistas, arquitetos e designers.
Governante
Propósito: Ser um modelo a ser seguido.
Voz: Confiante e imponente.
Exemplos: Mercedes-Benz, Rolex.
Figura Arquetípica: Líderes empresariais, governadores.
Herói
Propósito: Melhorar o mundo.
Voz: Motivadora e orgulhosa.
Exemplos: Nike, FedEx.
Figura Arquetípica: Heróis de filmes, líderes inspiradores.
Fora-da-Lei
Propósito: Quebrar regras e desafiar o status quo.
Voz: Incisiva e destemida.
Exemplos: Harley-Davidson, Chilli Beans.
Figura Arquetípica: Revolucionários.
Mago
Propósito: Transformar o comum em extraordinário.
Voz: Visionária e carismática.
Exemplos: Disney, Tesla.
Figura Arquetípica: Psicólogos, mentores.
Inocente
Propósito: Viver em harmonia.
Voz: Otimista e alegre.
Exemplos: McDonald’s, Coca-Cola.
Figura Arquetípica: Crianças.
Sábio
Propósito: Buscar e transmitir conhecimento.
Voz: Sofisticada e esclarecedora.
Exemplos: Google, Harvard.
Figura Arquetípica: Professores, intelectuais.
Explorador
Propósito: Buscar liberdade e aventura.
Voz: Autônoma e ousada.
Exemplos: Red Bull, Nasa.
Figura Arquetípica: Viajantes, desbravadores.
Cara Comum
Propósito: Promover a inclusão e a simplicidade.
Voz: Descontraída e amistosa.
Exemplos: Havaianas, Hering.
Figura Arquetípica: Pessoas que valorizam a vida cotidiana.
Amante
Propósito: Fazer as pessoas se sentirem especiais.
Voz: Sedutora e encantadora.
Exemplos: Ferrari, Magnum.
Figura Arquetípica: Românticos e apaixonados.
Bobo da Corte
Propósito: Divertir e proporcionar leveza.
Voz: Alegre e espontânea.
Exemplos: Pepsi, Fanta.
Figura Arquetípica: Palhaços e pessoas bem-humoradas.
Como escolher o arquétipo da sua marca
Definir o arquétipo de uma marca é um passo essencial para criar uma identidade autêntica e conectada com o público. Essa escolha deve estar alinhada aos valores, propósitos e objetivos do negócio, garantindo uma comunicação consistente e memorável.
Explore esses arquétipos e reflita: qual deles melhor representa a essência da sua marca?